14.10.08

Juca


Página 14

Juca esperava na porta. Marisa não veio. Ligou. Ela não atendeu. Na secretária eletrônica encontrou um recado: “-A vida é uma aventura aberta, exposta. Não protejam as crianças. Fortifiquem-nas interiormente para que brinquem bem com qualquer espécie de brinquedo.”
Juca lembrou ter visto aquele aforismo em algum lugar. Foi até seu quarto. Sentou-se na cama. Olhou sua estante. Procurou pelo livro. O livro que ganhou de Marisa. Foi quando na ocasião do noivado ela falou de um filósofo que Juca haveria de ler. Juca não leu o filósofo. Juca não leu o livro. Se o tivesse feito entenderia os jogos de amor que Marisa o sujeitava viver. Na contracapa do livro reconheceu a citação e logo abaixo os dizeres que o mandavam abrir na página quatorze. Juca o fez e deixou-se perder nas palavras: “Quase se poderia dizer que só existo na medida em que existo para o outro e, no limite: ser é amar.”
(citações de Emannuel Mounier)
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Frederico César de Oliveira escreve ás terças-feiras no Escritureira.

6 comentários:

Anônimo disse...

"Amar...e ser amado!" Belo.

Pâmela Mel disse...

"O Amor é o que o amor faz"
Beijocas
Muito BOm

Anônimo disse...

O "bolo" mais lirico que já vi.

Cia. UNO disse...

MUITO BOM MANO, MUITO ENVOLVENTE, OLHA QUE JÁ VI UMA CENA!!GRANDE ABRASS!!!!

Mayla disse...

Ser é amar.. Pena que as vezes não conseguimos amar na mesma proporção que "deveríamos", o necessário para fazer o outro feliz... Aiai. Belas palavras.

Anônimo disse...

o amor é assim ...