Vivendo a míngua, sem dinheiro e a saúde dando a incomodar. Jules convive com uma crise pós-formatura. Com gastrite e recém formado em Literatura e Tradução em uma faculdade do sul, seus conhecimentos sobre os textos dos mestres russos não pagam seu aluguel, muito menos lhe comprazem a idéia de um futuro promissor traduzindo Tchecov. Depois de esperar por tanto tempo, enfim conseguiu um amigo fiel, calado e generoso. Após uma noite de caminhada pelos bares da cidade, a caminho de casa encontrou um cachorro, que o seguiu, até o presente momento em que eles se encontram dividindo o mesmo colchão. “Graças a Deus o mundo não é feito só de homens.”
Quando criança Jules gostava de se divertir com os verbetes da Enciclopédia Russa do pai. Na adolescência, passava horas com os livros de Dostoiévski. Mas só depois dos 20, na medida em que decidia qual faculdade fazer, foi que ele descobriu que os escritores e seus livros em muito diziam o que ele queria escutar. Seu mundo em miúdos revirou. Sobre a alcunha de que o melhor das pessoas lhe eram apresentadas pelas palavras. Abandonou o time da rua, que entre outros era campeão interbairros e, tornou-se pseudo-escritor. Entrou na luta pela imaginação. Convocou suas lembranças para comporem seu imaginário literário. Não se interessou por personagens comuns, refutou o que era real e hoje vê sua vida se transformando em uma ótima história p´ra se contar.
Jules é um personagem de si mesmo. Com seu cãozinho a lamber suas lágrimas (salve saramago!), ele procura por empregos melhores do que traduzir apostilas de informática da Rússia. Seria quem sabe um atendente de uma livraria qualquer, indicando como livro de auto-ajuda Dom Quixote de Cervantes.
Salve Jules que julga ter sonhos e princípios. Que como eu precisa ter mais que a vontade de transgredir os limites de uma vida chula regrada ao banal. Que precisa ter mais que uma cão que o faça compania e sujeiras. Que como todos, precisa fazer algo para pagar as contas. Que como é de se saber, tem lá em momentos distintos, desejos carnais.
Jules vai ao médico fazer uma endoscopia. Sua mãe mora longe e não vai acompanha-lo Não vai segurar na pata do cachorro. Pediu ao porteiro do prédio que mora para que o acompanhe.
Jules nos apetece por nos mostrar certa fragilidade. Ledo engano. É nessa moribunda romaria de caminhar vacilante que a vida se fortifica, anunciado que ele é eu e você, aprendizes dos percalços, sempre a precisar de um porteiro que nos abram as portas no caminho do ser e ter.
Quando criança Jules gostava de se divertir com os verbetes da Enciclopédia Russa do pai. Na adolescência, passava horas com os livros de Dostoiévski. Mas só depois dos 20, na medida em que decidia qual faculdade fazer, foi que ele descobriu que os escritores e seus livros em muito diziam o que ele queria escutar. Seu mundo em miúdos revirou. Sobre a alcunha de que o melhor das pessoas lhe eram apresentadas pelas palavras. Abandonou o time da rua, que entre outros era campeão interbairros e, tornou-se pseudo-escritor. Entrou na luta pela imaginação. Convocou suas lembranças para comporem seu imaginário literário. Não se interessou por personagens comuns, refutou o que era real e hoje vê sua vida se transformando em uma ótima história p´ra se contar.
Jules é um personagem de si mesmo. Com seu cãozinho a lamber suas lágrimas (salve saramago!), ele procura por empregos melhores do que traduzir apostilas de informática da Rússia. Seria quem sabe um atendente de uma livraria qualquer, indicando como livro de auto-ajuda Dom Quixote de Cervantes.
Salve Jules que julga ter sonhos e princípios. Que como eu precisa ter mais que a vontade de transgredir os limites de uma vida chula regrada ao banal. Que precisa ter mais que uma cão que o faça compania e sujeiras. Que como todos, precisa fazer algo para pagar as contas. Que como é de se saber, tem lá em momentos distintos, desejos carnais.
Jules vai ao médico fazer uma endoscopia. Sua mãe mora longe e não vai acompanha-lo Não vai segurar na pata do cachorro. Pediu ao porteiro do prédio que mora para que o acompanhe.
Jules nos apetece por nos mostrar certa fragilidade. Ledo engano. É nessa moribunda romaria de caminhar vacilante que a vida se fortifica, anunciado que ele é eu e você, aprendizes dos percalços, sempre a precisar de um porteiro que nos abram as portas no caminho do ser e ter.
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Frederico César de Oliveira escreve ás terças-feiras no/na Escritureira
9 comentários:
'anunciado que ele é eu e você, aprendizes dos percalços, sempre a precisar de um porteiro que nos abram as portas no caminho do ser e ter.'
vale a semana essa.
Com ctz... eterno aprendiz...
Ótimo texto Fred!
;)
biografico!!portas do proprio coração!!bebendo em fontes no caminho do elefante ou em pontes entre seres humanos!
estamos ai mano!!
muito bom parabens q as letras ti exaltem em vez de ti enconder!!!!!
Como sempre afiado nos textos... Na Paz sempre...
" aprendizes dos percalços, sempre a precisar de um porteiro que nos abram as portas no caminho do ser e ter"
Acredito que estas palavras resume a nossa vida.
Parabens !!!!!!!! Cada texto superando o outro ...
Bravo! Muito bom! Frases perfeitas.
"Sobre a alcunha de que o melhor das pessoas lhe eram apresentadas pelas palavras."
Haa concordo com o Alf. :D
Cada dia melhor maninho!
Muito bom Fred!
Parabéns!
Bjus!
=)
"Salve Jules que julga ter sonhos e princípios. Que como eu precisa ter mais que a vontade de transgredir os limites de uma vida chula regrada ao banal." Adorável...
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