16 POEMAS PARA SEREM LIDOS EM 16 DIAS

6ºDia.
Os livros da estante são o montante de palavras reunidas durante a vida andarilha cuja trilha os pés sabem pisar.
O outro restante de palavras estão em outra estante,elas moram no seu silêncio.
Seu silêncio abriga um ser enigmático, dramático, e de tantas terminações do ático com certeza uma delas não existe: ESTÁTICO.
Nunca vi palavra que corresse veloz que nem a suas erudições.
Qualquer queniano (que me desculpem os africanos) perderia facilmente para as intrépidas sonoridades advindas da sua vinha gramatical.
Desatador de dúvidas ,assim o classifico sem redemoinhos elogiosos.
Meu mestre querido, embora soe meio infantil o seu silêncio sempre foi o meu cantil nas horas de sede.
Às vezes chego acreditar que a sua ossatura é feita de letras inquebráveis.
São inenarráveis as facetas expostas de entendedor das coisas do mundo.
Antes do seu achamento vivi momentos sem ventos sentindo-me imundo.
O seu silêncio coloriu-me de lampejos e num toque dos mais belos arpejos eu me fiz leitor novamente.
Passo rente no percursso deixado pelo seu rastro e de antepasto sorvo sem vergonha a sua sabedoria.
Sabedoria sem vangloriações abusivas.
Eu reuno divisas para homenagear os efeitos brotados nessa mente-fornalha que produz cerãmicas do elo perdido.
Eu aprendi algumas palavras durante esse tempo que me serviram de fermento.
Estou inchado de verbalizações babonas diante da pronuncia aprazível.
A palma das oportunidades resolveu precipitar batimentos em seu louvor.
O seu silêncio é grito que não cessa.
O seu silêncio é promessa de felicidade vindoura. As suas maiores palavras foram ditas no silêncio berrante.
Quando estou distante escuto um berro vindo das folhas amarelas descaídas.
Eu rio pelo canto da boca, ninguém entende a razão mas só eu seu que naquele instante eu escutei a sua voz na corrente de ar falante.
Alessandro Eliziário escreve às sextas-feiras na escritureira.